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Buscas entram hoje no quinto dia

As equipes da Defesa Civil, do Corpo de Bombeiros e da empreiteira Tecnopav que atuam na operação de busca e resgate do corpo de Kleberson de Nascimento (37), que foi sugado há quatro dias, durante fortes chuvas, por uma tubulação de drenagem provisória das obras de reconstrução da encosta da rua Guanabara, em Mãe Luiza, retomam os trabalhos a partir das 7h30 de hoje (25).

A chuva deu uma trégua ontem, mas o trabalho de resgate do corpo foi suspenso já ao escurecer da tarde de ontem, sem sucesso. No alto da encosta, uma retroescavadeira havia conseguido desobstruir o acesso à  boca da tubulação voltada para a rua  Guanabara, onde se supõe que o corpo do pedreiro esteja preso em trecho mais estreito da tubulação.

O diretor do Departamento da Defesa Civil de Natal, Eugênio Soares, informou que a partir da manhã hoje, espera-se que a retroescavadeira desobstrua o acesso à boca da outra ponta da tubulação, interrompida por toneladas de areia que cobriam o duto entre a rua Guanabara e o quinto posto de visita (veja infográfico). 

O subcomandante do Grupamento de Busca e Salvamento do CBMRN, capitão Antonio Queiroz, explicou que a partir da desobstrução do segundo acesso a tubulação – de pelo menos 20 metros de extensão -, as equipes de resgate vão utilizar dois equipamentos cedidos pela  Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern): uma bomba de hidrovácuo, que lançará um jato de água para retirar a areia que obstruiu a canalização, e uma sonda com microcâmera para captar imagens dentro da tubulação.

“À medida que a areia for sendo retirada, vai sendo filmado o interior  da tubulação para localizarmos onde está o corpo”, afirmou o subcomandante.  Ontem, já por volta das 17h30, o capitão Queiroz explicava a uma irmã do pedreiro – Cleana do Nascimento, que “se não chover”, é possível que hoje ocorra o resgate do corpo do pedreiro. Nesta quarta-feira completará 96 horas do seu desaparecimento.

Alguns curiosos e pessoas da comunidade de Mãe Luiza acompanhavam o trabalho de desobstrução da tubulação próxima da rua Guanabara. O músico Daniel da Rocha dizia que chegou a ajudar na colocação da tubulação de drenagem provisória da encosta de Mãe Luiza: “Na época, o pessoal da Defesa Civil estava com medo, e a gente disse que deixasse que a gente ajudava”.

Rocha não estava muito esperançoso do corpo ser  encontrado, lembrando do tempo em que morou no Rio de Janeiro, na primeira metade dos anos 70, período da construção da ponte Rio-Niterói: “Lá, quando um operário caia num poço, vinham rezar, mas depois tapava com concreto”. 

O  secretário municipal adjunto de Defesa Social, Pedro Celestino Júnior, disse que o trabalho de resgate do corpo do pedreiro começou, ainda na manhã do  domingo, com a visualização ainda a olho nu da antiga canalização da encosta a partir da praia, na avenida Sílvio Pedrosa. “Uma pessoa em pé, pode ver de um poço de visita para outro, porque retira-se a tampa e fica tudo claro”, explicou. As buscas complicaram a partir do terceiro poço.

Segundo Pedro Júnior, a partir do terceiro poço de visita, cuja tampa não foi possível ser retirada por causa da grande quantidade de areia, foi preciso que mergulhadores fizessem o trabalho de visualização até o quinto poço de visita, pouco antes da rua Guanabara. Do quinto poço de visita até a rua, as chuvas obstruiram a canalização, daí a necessidade de desobstrução das duas bocas da tubulação, para que sejam colocados os jatos de água e a sonda com microcâmara.  

Ao fim da tarde, as equipes trabalharam, também, no escoramento de algumas partes do buraco aberto na encosta para se ter acesso ao duto, a fim de evitar possíveis desmoronamentos de material sedimentar. Ele informou, ainda, que os serviços de uma retroescavadeira foi paralisado, porque a máquina ficou inclinada sob o volume de terra escavada, coisa que impede a sua operação.

MEMÓRIA
O tempo melhorou nesta terça (24) depois de uma segunda-feira nublada e com chuva, permitindo a retomada dos  trabalhos de busca e resgate do corpo do servente de pedreiro Kleberson do Nascimento de 37 anos, na encosta do morro de Mãe Luiza. Até o fim do dia, entretanto, o corpo do pedreiro ainda não foi localizado.

Kleberson está desaparecido desde o início da tarde do último sábado, 21. Na tentativa de tirar o lixo que obstruía a passagem da água da chuva pela  galeria e que causava o alagamento da rua Atalaia, ele desprendeu a grade e foi sugado pela tubulação. 
As buscas começaram ainda no sábado, mas acabaram sendo interrompidas por causa das chuvas. No domingo, uma nova tentativa foi feita, mas o mau tempo voltou a atrapalhar as esquipes envolvidas no trabalho, que voltaram ao local na segunda-feira pela manhã, retomando as escavações  para chegar até as tubulações. À tarde voltou a chover e o serviço foi interrompido mais uma vez. 

Ontem, quarto dia de buscas, o tempo ajudou e as escavações puderam ser feitas sem tantas dificuldades no trecho compreendido entre o segundo poço de visitação e a rua Guanabara, única parte que falta ser verificada e onde o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil acreditam que o corpo de Kleberson do Nascimento esteja preso.

A tragédia mexeu com o cotidiano do bairro, onde os moradores acompanham as notícias das buscas e até registram imagens no celular. Mas só  um número restrito de familiares de Kleberson tem acesso ao canteiro de obra onde as equipes trabalham. 
Cleana do Nascimento, irmã do desaparecido dizia, pela manhã, que tinha esperanças das buscas terminarem hoje,  pondo fim a agonia de todos na  família. Kleberson  do Nascimento deixa cinco filhos, dos quais só um não era registrado em seu nome. 

Vários equipamentos operacionais e maquinários estão sendo utilizados na ação que se torna arriscada em função da instabilidade e inclinação do terreno. A chuva, que persistiu ao longo deste período, também é um fator que tem dificultado os trabalhos e aumenta o risco da operação para as equipes de resgate que atuam no terreno. Os bombeiros já percorreram parte das tubulações, mas até o momento não localizaram a vítima.
Fonte: TRIBUNA DO NORTE

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Robson Guedes, casado 33 anos, funcionário da prefeitura de Goianinha/RN