DivulgaçãoPoliciais federais levam João Vaccari Neto para fazer exame de exame de corpo de delito
No pedido, o Ministério Público Federal apontou também indícios de enriquecimento ilícito de familiares de Vaccari. A prisão preventiva do secretário de Finanças do PT constrangeu e gerou preocupações no partido e no governo, além de dar fôlego à tese do impeachment da presidente Dilma Rousseff defendida por parte da oposição.
Segundo as investigações da força-tarefa da Lava Jato, Vaccari atuava como operador financeiro de propinas pagas ao PT decorrentes de contratos firmados no âmbito da estatal petrolífera. Mesmo após ser acusado formalmente, no mês passado, ele foi mantido no cargo. Após a prisão do tesoureiro, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, se reuniu com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e depois divulgou nota informando que Vaccari pediu para ser afastado. O partido tratou como “injustificada” a detenção do dirigente.
No pedido de prisão feito à Justiça Federal no Paraná, os procuradores da República alegam “risco concreto de reiteração delitiva”, destacando que Vaccari permanecia como tesoureiro do PT e arrecadou na campanha de 2014 doações oficiais das empreiteiras investigadas.
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Ao apontar risco de reiteração de crimes, os procuradores citam o fato de Vaccari ter sido denunciado há cinco anos por fraudes envolvendo a Cooperativa dos Bancários de São Paulo (Bancoop), que foi presidida por ele de 2004 a 2010. O Ministério Público Estadual constatou desvios que teriam provocado rombo de quase R$ 100 milhões e denunciou criminalmente Vaccari e outros cinco ex-dirigentes da cooperativa por estelionato, lavagem de dinheiro e quadrilha. Todos negam irregularidades.
“Em um contexto de criminalidade desenvolvida de forma habitual, profissional e sofisticada, não há como não reconhecer a presença de risco à ordem pública, a justificar a prisão preventiva para interromper o ciclo delitivo”, escreveu Moro em seu despacho.
O petista foi preso em sua casa, na zona sul da capital paulista, por volta de 6h30. Ele foi transferido para a sede da Polícia Federal em Curitiba.
Mesmo com afastamento, petista faz a defesa
São Paulo (AE) - O PT saiu em defesa do seu secretário de Finanças e Planejamento, João Vaccari Neto, classificando sua prisão por ordem da Justiça Federal como “desnecessária” e “injustificada”. Em nota divulgada no final da tarde de hoje, assinada pelo presidente nacional, Rui Falcão, o PT anunciou que “por ordens práticas e legais” Vaccari solicitou seu afastamento temporário da função que exercia no partido. O texto informa ainda que a defesa entrará com habeas corpus “para que sua liberdade ocorra no prazo mais curto possível”.
Na nota, o PT diz que a detenção de Vaccari “é injustificada visto que, desde o início das investigações, ele sempre se colocou à disposição das autoridades para prestar qualquer esclarecimento que lhe fosse solicitado.” “Reafirmamos nossa confiança na inocência de João Vaccari Neto, não só pela sua conduta à frente da Secretaria Nacional de Finanças e Planejamento, mas também porque, sob a égide do Estado Democrático de Direito, prevalece o princípio fundamental de que todos são inocentes até prova em contrário”, diz outro trecho. O texto foi redigido após reunião no diretório nacional do PT, em São Paulo. Antes do encontro, Falcão se conversou por cerca de três horas com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Instituto Lula.
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