Alex RegisRobinson Faria afirma que o objetivo é assegurar recursos para pagamentos de servidores
O “pacote fiscal” define quatro medidas de incremento, com aumentos de alíquota. A primeira delas diz respeito à alteração do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCD), que hoje é de 3%, a menor do país. A proposta é que seja praticado um ITCD com faixas diferente. A alíquota mínima seria 4% (para operações de até até R$ 1 milhão) e máxima de 8% (para valores acima de R$ 3 milhões), seguindo o padrão que vai ser adotado em quase todo o país. Para as transações entre R$ 1 milhão e R$ 3 milhões a alíquota praticada deve ser de 6%. Esta mudança deve trazer aumento na arrecadação, em um ano, de R$ 12 milhões.
A segunda medida se refere a aumentos de alíquotas do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que incidem sobre a gasolina e álcool combustível, passando de 25% para 27%. O combustível é hoje o principal item de arrecadação no Estado e esse reajuste deverá gerar um incremento anual de receita da ordem de R$ 60 milhões. O mesmo deve ocorrer com o ICMS sobre os serviços de comunicação, que passará de 26% para 28%, com previsão de receita de R$ 28,4 milhões. Por fim, será realizada alteração da alíquota básica do ICMS no RN de 17% para 18%. Essa alteração refletirá em aumento de receita estimado em R$ 129,6 milhões, tornando-se a maior fonte de receitas dessa reordenação.
“Nosso objetivo é manter a economia do Estado de pé, com salários em dia e fornecedores pagos. Se nada fosse feito agora, o Estado iria simplesmente parar de funcionar. Essa foi uma saída técnica, diante desta crise que já nos custou a frustração de quase meio bilhão de reais de receita. O momento é de união, porque se o Estado parar, a economia do Rio Grande do Norte será gravemente atingida”, afirmou o governador Robinson Faria, ressaltando que a adequação fiscal tem sido adotada em todo o país. A principal justificativa do Governo é o déficit financeiro de 2015 que chega a quase R$ 500 milhões.
A recuperação das receitas, a partir das medidas apresentadas na Assembleia Legislativa, deve somar R$ 230 milhões. Os cálculos realizados pela Secretaria Estadual de Tributação (SET) apontam para um déficit na ordem de R$ 487 milhões, o que significa que, mesmo com as medidas, ainda há de se cobrir um déficit projetado de R$ 257 milhões. O governador Robinson Faria reuniu doze deputados, na noite de terça-feira para apresentar as medidas antes de enviar, ontem, os projetos à Assembleia.
“O Rio Grande do Norte não é um oásis e sente o reflexo direto da crise nacional. Vivenciamos uma frustração de receitas bastante expressiva e será necessário adotar algumas medidas para amenizá-la”, afirmou o Robinson Faria, na ocasião.
Estavam presentes, na reunião, o presidente da Assembleia, Ezequiel Ferreira, o líder da bancada de situação, deputado Fernando Mineiro, além dos deputados Tomba Farias, Gustavo Carvalho, Cristiane Dantas, Márcia Maia, Jacó Jácome, Albert Dickson, Galeno Torquato, Dison Lisboa, Souza Neto e Vivaldo Costa. Entre os auxiliares de Robinson Faria, participaram o secretário de Desenvolvimento Econômico, Flávio Azevedo, a secretária de Comunicação, Juliska Azevedo, a Chefe do Gabinete Civil, Tatiana Mendes Cunha, e o vice-governador Fábio Dantas.
‘Medidas são para honrar a folha’, afirma secretário O secretário estadual de Tributação, André Horta, afirmou que as medidas que aumentam impostos estaduais apresentadas ontem procuram recompor a capacidade do Estado de honrar folha de salários e fornecedores. Ele acrescentou que há uma tentativa de recuperar um ambiente sustentável para a economia e os projetos seguem as diretrizes definidas em reuniões do Conselho Nacional de Secretários de Fazenda (Consefaz), que estão sendo adotadas em diversos estados brasileiros, para incrementar as arrecadações estaduais sem prejuízos à competitividade do comércio local.
“Isso acontece porque da mesma forma que o Estado não pode se ressentir de pagar servidores e fornecedores sob risco de o mercado afundar, o Executivo também não pode aumentar muito a arrecadação para que o mercado não se ressinta. Reajustar expressivamente a tributação poderia ter o efeito contrário do esperado e as medidas têm o objetivo apenas de garantir que o Estado continue cumprindo com suas obrigações”, explica o secretário estadual de Tributação, André Horta.
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